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Três tendências que moldam as estratégias de prevenção de perdas na América Latina

Prioridade para varejistas em todo o mundo, a prevenção de perdas traz desafios, preocupações e obstáculos específicos para cada região. Na América Latina não é diferente. Apenas no Brasil, para darmos um exemplo, a média anual de perda ficou entre 1.33% (1,21%) ou cerca de R$ 24 bilhões em 2021. Mas o que os varejistas estão fazendo em relação a isso? Quais técnicas e tecnologias estão sendo implementadas para reduzir tais danos? Como será o futuro da prevenção de perdas na América Latina?
Para descobrir, conversamos com Carlos Eduardo Santos, diretor de desenvolvimento de negócios para a América Latina na Sensormatic Solutions, empresa com sede no Brasil. Profissional experiente do segmento, o executivo abordou os principais tópicos do setor e identificou as três principais tendências de varejo no que diz respeito à prevenção de perdas na América Latina hoje.
Uma nova visão da prevenção de perdas no varejo
Para Santos, uma das grandes mudanças em curso entre os líderes de prevenção de perdas na América Latina é a transição no que se entende tradicionalmente por “shrink” - ou seja, furtos, fraudes envolvendo funcionários e fraudes na cadeia de suprimentos - para “perdas ampliadas".
“Perda ampliada é uma definição mais abrangente do que as usualmente aplicadas no passado, que tem como objetivo abarcar todas as perdas, não apenas as que são resultantes de atos criminosos”, diz Santos. “Leva em conta todo o ecossistema, desde administração de estoque às falhas de planejamento, gestão de equipe e até erros operacionais.”
A definição, segundo ele, permite um direcionamento mais estratégico ao time de prevenção de perdas das empresas. “Quando chegamos em níveis de perdas de estoques aceitáveis, temos de buscar outras linhas de perdas, despesas e custos que impactam negativamente na lucratividade”, explica o executivo.
“Vamos considerar o estoque, por exemplo. Quando um consumidor está procurando um produto específico, ele não está apenas na iminência de adquiri-lo – ele também pode comprar outros produtos enquanto estiver na loja”, diz. Mas Santos ressalta que se o consumidor não encontrar o que está procurando, não apenas deixará de adquirir o item em questão, mas também deixará de comprar outros itens de compra de impulso.
Até mesmo fatores como uso da energia, contratos de aluguel de lojas e seguro estão inclusos em “perdas ampliadas”.
“É uma mudança de perspectiva fundamental”, adiciona. “Trata-se de um processo de maturação. Ao invés de pensar simplesmente nas perdas por furtos ou produtos sem condições de vendas, os varejistas precisam também considerar outras perdas financeiras, suas razões e as causas por trás delas”, pontua.
Santos afirma que somente por meio dessa consideração os varejistas estarão prontos a aumentar a lucratividade de maneira geral.
Priorizando pessoas
Em termos de quais tecnologias estão ganhando maior atração na América Latina, Santos salientou uma em particular.
“As imagens em vídeo estão em alta”, ele diz. “A importância tende a aumentar quanto mais os varejistas descobrirem do que as tecnologias do porvir são capazes de fazer”.
Santos ressalta lojas físicas como Amazon Go, que a gigante do varejo recentemente começou a pilotar em grandes metrópoles dos EUA e em Londres. Monitoradas pela tecnologia “just walk out” (apenas saia), essas lojas se valem de recursos sofisticados de vídeo, como visão computadorizada, além da fusão de sensores e “deep learning”, para remover a necessidade de um atendente ou até de uma central de vendas. Os sensores na loja sabem quais produtos o consumidor pegou e colocou de volta e quando um cliente sai com seus itens eles geram a fatura automaticamente.
“Esse é um ótimo exemplo de como lojas podem usar filmagens, mas é apenas um exemplo”, ele adiciona. “Câmeras e outras soluções em vídeo muito em breve serão utilizadas para transações, segurança, marketing e monitoramento de tráfego, entre outros. As câmeras capturam as informações de software e as transformam em dados que geram insights para líderes varejistas. Isso é simplesmente o futuro.”
Essa tecnologia também está sendo utilizada para a prevenção de perdas, pois imagens transformadas em dados e algoritmos são capazes de identificar fraudes de funcionários nos meios de pagamento, erros e fraudes nas operações de self checkout, além de comportamentos suspeitos nos corredores das lojas.
Aprendizados
A prevenção de perdas na América Latina está mudando rapidamente, motivada em grande escala por novas tecnologias, mas também por mudanças de perspectivas e valores por parte dos varejistas. Cada uma dessas tendências, diz Santos, gera motivos para que os varejistas estejam otimistas em relação ao futuro na região.
“De alguma forma, os varejistas na América Latina estão se alinhando aos de outras regiões globais”, diz Santos, “mas também estão forjando um novo solo – e inclusive sendo os pioneiros, como no caso do conceito da perda ampliada”.
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